Meta denuncia Apple por prática anticompetitiva no Brasil

A Meta, empresa dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, apresentou uma denúncia contra a Apple ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A superintendência-geral do Órgão já iniciou uma nova investigação contra a fabricante do iPhone, depois de ter uma liminar contra a companhia derrubada recentemente na Justiça.

Conceito de um iPhone dobrável parecido com o Galaxy Z Fold. A imagem mostra a tela interna (dobrável) com papel de parede típico da Apple, interface do iOS e tem uma Ilha Dinâmica no lado direito iPhone dobrável será lançado no segundo semestre de 2026, diz fonte ligada à Samsung 14/07/2025 | - Fonte interna com informações da Samsung Display reforça janela de lançamento do iPhone Fold para segundo semestre de 2026
Um iPhone com papel de parede que mostra o interior do celular Bateria do seu celular não é maior por culpa de uma regra dos Estados Unidos 05/07/2025 | - Regulamentação para transporte aéreo de baterias de íons de lítio limita a capacidade de carga dos smartphones de Samsung, Apple e outras

De acordo com a denúncia, a Apple impõe o App Trackng Transparency apenas a aplicativos de terceiros. Ou seja, os sistemas iOS e iPadOS só exigem um aviso sobre o rastreamento de dados em apps que não sejam da própria Apple. Aplicações da Maçã não perguntam ao usuário se ele aceita o rastreamento, o que significa que fazem o rastreio sem consentimento, segundo a denúncia.

Segundo o Cade, “há indícios” de que a Apple coleta e trata “informações de seus usuários sob condições mais favoráveis do que aquelas oferecidas a terceiros”. A superintendência-geral iniciou um inquérito sobre o App Transparency Tracking e vai analisar cuidadosamente os termos e condições impostos pela companhia, “investigando sua racionalidade, bem como os potenciais efeitos sobre o mercado”.

O que é o App Transparency Tracking

O App Transparency Tracking é uma janela pop up que permite ao usuário bloquear o rastreamento de suas atividades nos aplicativos de seu celular. Assim, a desenvolvedora do app não pode direcionar publicidade com base nos interesses de quem utiliza o aparelho. A França multou a Apple recentemente em 150 milhões de euros por entender que há prática anticompetitiva com o recurso. O caso pode servir de base para o Cade aplicar punição semelhante.

A empresa de Mark Zuckerberg defende que a Maçã usa um “aceite automático” nos aplicativos do sistema operacional. Ou seja, o usuário teria que ir até os ajustes de cada app nativo para desligar o rastreamento, o que dá à empresa uma vantagem de conhecer seus hábitos e direcionar publicidade, sugestões de aplicativos e afins.

Por conta disso, justifica a Meta, o recurso não afeta apenas seus próprios apps, como toda a concorrência no mercado de publicidade digital.

Vale lembrar que a SG-Cade ainda investiga a Apple pela denúncia do Mercado Livre, e deve decidir sobre a questão de abrir a App Store para outras formas de pagamentos e o sideloading no iOS. Por enquanto, a companhia não tem prazo para aplicar as mudanças, após vitória recente na Justiça.

Fonte: O Globo