A Amazon já começou a exibir anúncios para assinantes no Prime Video, a menos que você pague uma taxa extra para removê-los. Pois não basta a interrupção já imposta a quem paga mensalidade na plataforma, a empresa praticamente dobrou a quantidade de publicidade por hora no streaming.
A notícia foi revelada pelo site Adweek e confirmada por um porta-voz da plataforma. Isso significa que os dois a três minutos e meio de anúncios por hora aumentaram para quatro a seis minutos a cada hora. Se você assiste alguma série com episódios de 50 minutos ou mais, terá que suportar uma carga grande de publicidade entre os episódios.
O streaming anunciou os anúncios na plataforma há 18 meses, e prometeu na época que teria uma carga menor que os concorrentes. No Brasil, a publicidade começou a ser exibida em abril, com a opção de pagar R$ 10 extras para evitá-los. Porém, segundo informações obtidas pela publicação, o plano sempre foi aumentar o tempo de anúncios em algum momento.
“O Prime Video aumentou gradualmente a carga de anúncios para quatro a seis minutos por hora”, escreveu um representante da companhia a um anunciante, por email. A mensagem foi obtida pelo site Adweek, que afirma que a mudança ocorreu neste mês de junho.
Um porta-voz da Amazon Ads confirmou a alteração, daquele jeito que porta-vozes explicam uma situação que pode não pegar muito bem para a empresa:
“Embora a demanda continue a crescer, nosso compromisso é melhorar a experiência com publicidade, em vez de simplesmente aumentar o número de anúncios exibidos.”
Aumento é ruim, mas média ainda está abaixo de concorrentes e da TV linear
De fato, a plataforma era uma das que apresentava menos publicidade até o aumento. E ainda assim, ainda está em uma média, com menos anúncios que outros streamings como hulu, Tubi e Paramount+ — dos quais apenas o último está presente no Brasil. O segundo é um serviço gratuito, e usa os comerciais para se manter no ar.
A televisão linear exibe ainda mais anúncios do que as plataformas de streaming se atrevem a incorporar: são 13 a 16 minutos de comerciais por hora — isso nos Estados Unidos. Se pensarmos por esse lado, ainda ficamos no lucro com as plataformas de streaming, que ainda possuem a vantagem de oferecer conteúdo sob demanda, em sua maioria.
Usuário faz piada com possibilidade de a Netflix integrar publicidade a filmes e séries.
Mas isso não apaga o fato de que esse tipo de serviço fez o que todas as empresas fazem no capitalismo: trouxeram uma nova maneira de oferecer algo ao consumidor, com preços baixos para nos atrair e acostumar com a novidade. Depois de esmagar — ou reduzir consideravelmente — a força dos concorrentes estabelecidos que ainda operam na maneira antiga, começam a aumentar os preços ou reduzir vantagens.
É só você pensar em todo novo tipo de serviço ou nova abordagem de oferta de serviços que surgiram nos últimos anos: Uber, iFood, Netflix, todos mudaram as áreas em que entraram para concorrer. Sempre com preços baixos e promessas de uma nova maneira de fazer negócios. Quando as coisas se estabelecem, a velha maneira capitalista de aumentar lucros a cada trimestre aparece para tornar a empresa apenas mais uma companhia capitalista, como todas são desde que o sistema se estabeleceu no mundo.
Também é bom lembrar que a Netflix, que ainda é uma das que menos exibe anúncios para os assinantes do plano mais barato, pretende não apenas aumentar a carga como usar inteligência artificial para exibir publicidade que “se combine” com os programas do streaming até o final de 2025.
Você já notou a mudança na quantidade de anúncios no Prime Video? Conta sua experiência nos comentários. Aproveite e diga se pretende cancelar o serviço ou apenas parar de usar, já que ainda existem outras vantagens na assinatura do Amazon Prime.
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Fonte: Adweek