Escolher um celular intermediário fica cada vez mais difícil no Brasil, com opções que focam em desempenho e multimídia ou versatilidade e longevidade. De um lado, temos o Poco M7 Pro, que aposta pesado em tela AMOLED de 120 Hz e carregamento ultrarrápido de 45 W. Do outro, o Moto G56, que chega com resistência à água e conjunto de câmeras mais completo, com lente ultrawide.

Este comparativo aprofundado vai além das especificações de fábrica para determinar qual dos dois, o M7 Pro da Xiaomi, com foco em bateria, ou o G56 da Motorola, com foco em custo-benefício e durabilidade, oferece a experiência ideal para o seu uso no dia a dia.

Tela e som

Temos aqui dois celulares com tela de 6,7 polegadas — ou quase isso — que usam resolução Full HD+ e taxa de atualização de 120 Hz. A diferença crucial é o tipo de painel, ou seja, AMOLED no Poco M7 Pro e IPS LCD no Moto G56.

Com isso, o celular da Xiaomi leva a vitória de forma clara nesta categoria. A tecnologia AMOLED oferece cores mais vibrantes e pretos perfeitos, além de ser mais eficiente em termos de bateria.

Além disso, seu brilho de pico de 2100 nits é significativamente superior, o que garante visibilidade excelente mesmo sob sol forte. O leitor de digitais na tela também é um recurso mais moderno que a leitura no botão lateral — apesar de a segunda alternativa ser preferência de muita gente.

O áudio é estéreo em ambos os telefones, mas com uma vantagem novamente para o Poco M7 Pro, que oferece áudio de boa potência e com menos distorções do que o Moto G56. Ambos têm som Dolby Atmos com experiência sonora mais envolvente, algo que tem se tornado padrão em intermediários mais baratos.

Pela minha experiência, quem gosta de consumir bastante mídia vai sentir uma experiência melhor com o smartphone da Xiaomi.

Desempenho e memória

O Moto G56 se sai ligeiramente melhor em performance bruta. O chip Dimensity 7060, com uma pontuação AnTuTu v10 ligeiramente superior, sugere uma pequena vantagem em jogos mais pesados e multitarefas exigentes. Mas tenha em mente que a diferença é pequena, já que o Poco M7 Pro atinge 470 mil pontos no benchmark, contra 478 mil do concorrente.

Pela minha experiência, a diferença no uso do dia a dia não é absurda. Mas é notável que o celular da Motorola carrega aplicativos mais rápido e consegue oferecer uma troca entre apps mais fluida, além de conseguir realizar tarefas simultâneas sem sacrificar tanto o restante.

Com relação à memória, nada de muito diferente, já que ambos possuem 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento interno de partida. Ao menos nos modelos que encontrei à venda atualmente, nessa virada de novembro para dezembro. Existe uma versão com menos RAM do celular da Xiaomi, então é recomendado ter um cuidado na hora de fazer a compra.

Para quem gosta de expandir o espaço de armazenamento, o Moto G56 tem slot dedicado para o microSD, enquanto o Poco M7 Pro traz espaço híbrido, ou seja, você deve escolher entre mais memória ou uma segunda linha.

Bateria e carregamento

Com capacidades de bateria quase idênticas, a principal diferença está na velocidade de carregamento. O Poco M7 Pro oferece um carregamento significativamente mais rápido com 45 W, capaz de levar a bateria de 0 a 100% em cerca de uma hora. O Moto G56, que vem com carregador 33 W, mas só suporta 30 W, demora mais para carregar totalmente.

E, apesar das cargas semelhantes, de 5.110 mAh e 5.200 mAh para o smartphone da Xiaomi e da Motorola, respectivamente, o primeiro consegue oferecer tempo maior longe da tomada, também. Ao menos foi o que minha experiência indicou, corroborada por testes em alguns sites especializados, como o TudoCelular. A diferença pode chegar a 3 horas em uso moderado.

É uma diferença considerável, que pode ser a diferença entre chegar à tomada ou não a tempo de evitar que o aparelho desligue. Somado ao carregamento mais veloz, o Poco M7 Pro consegue entregar mais tempo longe da tomada nos dois sentidos, já que carrega mais rápido e demora mais para descarregar.

Câmeras

O Moto G56 tem um conjunto de câmeras mais completo no papel, com principal de 50 MP, ultrawide de 8 MP e fontal de 32 MP. O Poco M7 Pro repete a resolução da principal, mas traz uma macro de 2 MP atrás e selfies de 20 MP. Já na gravação de vídeos, resolução Full HD+ em ambos e um empate.

Mas vamos analisar brevemente a qualidade das fotos desses aparelhos. O Poco M7 Pro tem estabilização ótica de imagem como diferencial e consegue entregar bom HDR e contraste, além de selfies nítidas e com bom desfoque de fundo. No entanto, o zoom digital e o modo retrato às vezes estouram ou falham em ambientes mais complexos. O desempenho noturno é razoável, com ruídos, granulação e falta de detalhes no zoom.

O Moto G56 tem a lente híbrida de ultrawide e macro como maior trunfo aqui, que entrega fotos de boa qualidade, especialmente comparado a sensores de resolução mais baixa. As fotos com a principal são nítidas, com ampla faixa dinâmica e resultados consistentes mesmo em contraluz. A câmera frontal de 32 MP é superior, com selfies nítidas, tons de pele naturais e boa definição até mesmo à noite.

Em resumo, faltou um conjunto mais versátil para o Poco M7 Pro e a estabilização ótica de imagem para o Moto G56. Mas, se você basicamente só abre o celular e tira suas fotos, acredito que o celular da Poco esteja de bom tamanho.

Recursos e conectividade

Durabilidade é uma questão importante ao pensar no seu smartphone. O Moto G56 sai na frente com a resistência à poeira e água superior, com certificação IP68, que permite imersão em até 1,5 metro por 30 minutos. Além disso, sai de fábrica com o Android 15, mais recente que o Android 14 presente no Poco M7 Pro.

No entanto, a promessa de atualizações entra em um território complexo. A Poco garante que o seu modelo será atualizado para o Android 16, mas é isso. O celular, que foi lançado no final de 2024, deve receber o último pacote de segurança no final de 2029, segundo cronograma prometido pela Xiaomi.

E aí temos o Moto G56, que já saiu com Android mais recente, mas a Motorola fala em “1 ou 2 anos” de updates do sistema, além de 2 ou 3 anos de pacotes de segurança. Ou seja, ele pode ou não chegar ao Android 17, e pode ficar seguro contra ameaças até 2028 — ou antes.

Seja como for, o Poco M7 Pro ainda tem emissor infravermelho, que é considerado um bom diferencial por quem gosta de usar o celular como controle da TV e afins. Também tem entrada P2 para fone de ouvido. De resto, temos 5G, Wi-Fi de banda dupla, Bluetooth 5.3 e NFC presente em ambos.

Poco M7 Pro x Moto G56: qual intermediário vale mais a pena?

O celular da Xiaomi se sai melhor na experiência multimídia e bateria, enquanto o da Motorola tem câmeras melhores, desempenho ligeiramente mais veloz e resistência superior. E aí, você prefere ficar mais tempo longe da tomada ou demorar mais para trocar o smartphone?

No momento de produção desse comparativo, o Moto G56 está mais barato no varejo online brasileiro, por menos de R$ 1.200. O Poco M7 Pro de 8/256 GB está na casa dos R$ 1.500. Pessoalmente, eu escolheria o mais barato nesse caso, independente de qual dos dois seja na hora que você fizer a pesquisa.

Dá para ver o preço mais baixo dos aparelhos na tabela de comparativo abaixo.