Muitas pessoas infelizmente não possuem um conhecimento muito avançado quando se trata de celulares. Por isso, acabam vindo até nós, especialistas na área, para buscar opiniões e ajuda na hora de comprar um telefone novo. Mas ainda com as nossas respostas, algumas ficam com certa dúvida. Entre elas, um processador importa no celular? Pois bem, é isso que quero responder aqui.
E eu vou ser bem direto: a resposta é sim. Muitas vezes você ouve falar em Snapdragon alguma coisa, MediaTek outra ou Exynos sei lá o que… Nós falamos que isso é um processador, pra tentar tornar mais simples a compreensão. Mas, na verdade, isso é um SoC (system-on-a-chip, “sistema em um chip”), também chamado às vezes de chipset ou, em português, plataforma.
O SoC é um chip muito pequeno que integra diversas coisas dentro de si, incluindo o próprio processador, GPU (“unidade de processamento gráfico”, na sigla em inglês), modem de conexão de internet, e outros. Dentro da plataforma também encontramos, grosseiramente falando, partes específicas para cuidar de inteligência artificial (que hoje em dia existe em praticamente qualquer smartphone) e pra gerenciar o pós-processamento de imagem.
Um Snapdragon 865, por exemplo, é composto de um processador com núcleos Kryo 585 de até 2,84 GHz para gerenciar toda a parte computacional, de uma GPU Adreno 650 para gráficos, de um modem Snapdragon X55 5G para conexão de internet e de um chip Spectra 480 especificamente para imagens. Ou seja, trata-se de algo muito complexo, cheio de componentes que formam o SoC.
Ter uma plataforma poderosa traz benefícios? Logicamente. Você tem mais potência bruta, melhor capacidade gráfica, um processador de imagens melhor e suporte a 5G, por exemplo. Também vemos que SoCs mais bem equipados trazem suporte a memórias mais rápidas, câmeras com sensores maiores, e etc. Porém, para muitas pessoas, o melhor de todos é um pouco demais, e opções mais simples se tornam atrativas.
Ainda dentro da Qualcomm, temos o Snapdragon 665, que está equipado no Motorola Moto G8 Plus, por exemplo. Ele tem um processador com núcleos Kryo 260 com clock de até 2.0 GHz, uma GPU Adreno 610, um modem Snapdragon X12 LTE e um Spectra 165. É um conjunto mais simples que o Snapdragon 865, mas é suficiente pra muitas pessoas que não jogam, ou que não precisam da melhor câmera, ou que não vão fazer uso do 5G (até porque no Brasil, essa tecnologia apenas começou a engatinhar).
Então, quando eu respondi lá em cima que o processador é importante, na verdade a resposta é dividida em duas. Sim e mais ou menos. “Mais ou menos” porque um processador em si, como ele realmente é, é como se fosse o cérebro do seu celular. Ele vai ditar se seu smartphone é muito forte ou um pouco mais fraco.
E “sim” porque quando falamos de SoC, isso sim é extremamente importante, pois é um conjunto todo que vai apontar se seu telefone vai ser mais capaz em um geral ou não. Se ele vai ter potência gráfica maior ou mais processamento de tarefas. Uma plataforma melhor otimizada pode ainda ser mais econômica que outra, o que gera consumo menor da bateria, e por aí vai.
Para escolher a melhor plataforma para o seu uso, é só você saber o que precisa. Vai jogar muito, ou só um pouco mais por diversão? Quer tirar fotos bacanas para impressionar, ou só alguns registros para publicar nas redes sociais? Tudo sempre depende do seu tipo de uso. Então, para escolher o melhor, são duas perguntas a se fazer: o que você precisa e quanto pode pagar. Explicando isso, é meio caminho andado para nós, especialistas, te ajudarmos.
Tecnologia é algo complexo, que demanda estudos e entendimento. Por isso, eu apenas abri aqui um pouquinho desse mundo curioso que nós amamos, pra mostrar pra vocês que existem sim detalhes que você precisa ficar atento. Porém, se você ainda assim não entender, pode contar com a gente, que estaremos sempre aqui pra ajudar.
2 respostas em “O processador importa no celular? Como escolher o melhor?”
tudo bem? gostei muito do seu site, parabéns pelo conteúdo. 😉
✌