Quase metade dos municípios brasileiros tem um índice de conectividade considerado baixo, enquanto outra parte está em um nível mediano. Apenas 91 cidades possuem um nível muito bom. Ao menos é o que indica o IBC (Índice Brasileiro de Conectividade) de 2024.


O IBC é um levantamento da Anatel que avalia como está a infraestrutura, competição e acesso à internet móvel e fixa no país. A medição vai de 0 a 100, sendo melhor quanto mais perto de 100. E nada menos que 2.424 municípios brasileiros ficaram abaixo de 50, enquanto outros 2.428 ficaram entre 50 e 70. Ainda há 627 cidades na casa de 70 a 80.
O município de Uiramutã, em Roraima, tem o pior índice do país, com 9,81. Os indicadores analisados pela Anatel mostram que a cidade não possui fibra, e cobertura móvel do 4G ou superior é de apenas 0,06% do território. De acordo com o IBGE, o município tem 13,7 mil habitantes, sendo 96% declarados indígenas.
Outras cidades com IBC baixo são Chaves, no Pará e Fernando Falcão, no Maranhão. Os municípios têm 20,7 mil habitantes com nota 10,81, e 10,8 mil habitantes com IBC 12,16, respectivamente. São os três piores resultados, todos eles influenciados por dados coletados pela associação ConectarAgro.
Os municípios com as melhores notas foram Xangri-lá, no Rio Grande do Sul, Armação de Búzios, no Rio de Janeiro, e Gramado, também no RS. As notas das três cidades foram, respectivamente, 94,57, 94,01 e 91,51.
Já entre os melhores índices do país estão os municípios de Xangri-lá (RS), com 94,57, seguido de Armação de Búzios (RJ), com 94,01 e Gramado (RS), com 92,51. Apenas outros dois municípios ficaram com IBC acima de 90: Bertioga (SP), co 92,03, e Balneário Camboriú (SC), com 90,30.
Falando em estados, Roraima é o que tem a maior quantidade de municípios com IBC baixo. A nota média da unidade federativa em 2024 ficou em 43,74, um bom aumento do 27,92 em 2023. Neste ano, houve uma mudança no cálculo que reduziu a disparidade entre as regiões do país. Amazonas e Pará, com IBC 44,92 e 50,52, respectivamente, ocupam a penúltima e antepenúltima posição.
O estado com melhor resultado foi o Distrito Federal, que ficou com IBC médio de 77,41 — uma redução dos 95,24 do ano anterior. São Paulo, segundo no ranking, também teve redução da média, passando de 87,29 para 75,23. O mesmo vale para Santa Catarina, terceiro colocado, que passou de 87,35 para 75,23.
Mudança de metodologia
A Anatel faz a análise do IBC desde 2017, mas só em 2024 incluiu algumas novidades para obter resultados mais precisos. Uma das novidades é a incorporação de dados de produtores rurais. O índice leva em conta diversas variáveis, como densidade de acessos da telefonia móvel e tecnologias disponíveis, número de acessos de banda larga fixa com velocidade superior a 100 Mbps e até grau de competitividade de ambas as bandas largas, móvel e fixa.