Bateria do seu celular não é maior por culpa de uma regra dos Estados Unidos

O mistério para Samsung, Apple, Motorola e outras fabricantes não aumentarem mais a capacidade de bateria de seus principais smartphones parece que foi resolvido. De acordo com uma publicação do informante Ice Universe, é tudo culpa de uma regra de transporte de baterias de íon-lítio em aviões nos Estados Unidos.

A regulação federal dos EUA 49 CFR 173.185: para baterias de íons de lítio no transporte aéreo não permite que tais componentes em smartphones tenham mais do que 20 Wh de capacidade. Esse número é obtido com um cálculo: Wh = (mAh × V) ÷ 1000. Ou seja, a capacidade de carga vezes a voltagem, dividido por mil.

Assim, por exemplo, a capacidade da bateria do iPhone 16 Pro Max, que tem 4.685 mAh e 3,8 V tem cerca de 17,8 Wh. Ou seja, está abaixo do limite. O Galaxy S25 Ultra, que tem 5.000 mAh e 3,88 V já fica muito perto, com 19,4 Wh. O Motorola Edge 50 Ultra tem 16,94 Wh, ao passo que o OnePlus 13, com 6.000 mAh e 3,87 V chega ao total de 23,22 Wh, mas possui duas baterias.

Neste caso, curiosamente, a regulação permite que dispositivos com múltiplas células — ou unidades — de bateria entram em uma segunda categoria, com limite de 100 Wh. A maioria dos smartphones possuem uma única bateria, por isso o limite mais baixo. Ou seja, para que o aparelho seja oficialmente vendido nos EUA, precisa respeitar essa regra.

Detalhes da regulamentação 49 CFR 173.185: para baterias de íons de lítio no transporte aéreo dos EUA
Detalhes da regulamentação 49 CFR 173.185: para baterias de íons de lítio no transporte aéreo dos EUA (Reprodução/IceUniverse/X/Twitter)

A União Europeia tem uma regulamentação semelhante, mas é um pouco menos rígida. Por isso já vemos alguns celulares com 6.000 mAh à venda em alguns mercados europeus. Por outro lado, é por conta disso que o Poco F7 global tem 6.500 mAh, enquanto a versão indiana já é bem maior, com 7.550 mAh. O celular da Xiaomi até ultrapassa o limite, mas dentro de uma margem aceitável.

Bom notar que as baterias de silício-carbono não são uma tecnologia totalmente nova, mas sim uma adaptação dos íons de lítio. Elas usam um ânodo de silício no lugar do grafite convencional, o que permite aumentar a densidade de carga — ou seja, mais mAh em um componente de mesmo tamanho.

Ou seja, é preciso verificar como essas baterias entram na regulamentação dos Estados Unidos antes de as fabricantes entrarem de cabeça na nova tecnologia. Além disso, existe a questão do custo de produção mais alto, além de possivelmente as marcas mais tradicionais estarem no aguardo de maiores testes de confiabilidade do novo material.

Uma saída pode ser o uso de células duplas, como a própria Samsung já faz em seus dobráveis. Mas isso gera novos problemas de espaço, já que simplesmente dividir uma bateria no meio não gera duas células com metade do tamanho original. Talvez seja por isso que essa solução não foi utilizada até agora.

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