O seu celular pode ser a porta de entrada para cibercriminosos, e a culpa não é necessariamente sua senha, mas a falta de atualizações do sistema. Um levantamento alarmante indica que cerca de 30% dos usuários Android em todo o mundo ainda rodam o Android 13 ou versões anteriores, segundo dados do StatCounter.
Na prática, isso significa que aproximadamente um bilhão de dispositivos ativos operam com uma versão de software que perdeu o suporte oficial ou estão prestes a perder. Ou seja, serão incapazes de receber correções vitais de segurança.
O perigo invisível: 107 falhas em um mês
Para entender o tamanho do risco, basta olhar para o pacote de segurança mais recente. A atualização de dezembro do Android corrigiu nada menos que 107 vulnerabilidades no sistema.
Quem usa um aparelho antigo e sem suporte não recebeu essas correções. Isso deixa o dispositivo “aberto” para ataques que exploram essas brechas conhecidas para roubar credenciais de aplicativos e dados bancários. Segundo a empresa de cibersegurança Zimperium, mais de 50% dos dispositivos móveis rodam versões desatualizadas do sistema operacional, o que facilita a vida de hackers.
A fragmentação cobra seu preço
O problema expõe a histórica fragmentação do ecossistema Android. Enquanto a Apple consegue atualizar quase todos os seus aparelhos simultaneamente — o que mantém cerca de 90% dos iPhones ativos sob suporte de software —, o Google depende de centenas de fabricantes. Cada marca precisa adaptar a atualização para seus processadores e interfaces personalizadas, o que gera atrasos ou o abandono prematuro de modelos mais baratos.

De acordo com dados do StatCounter, pouco mais de um quarto dos celulares e tablets no mundo rodam o Android 15, enquanto menos de 15% estão no Android 14. De resto, quase 15% rodam o Android 13, mais de 10% estão no Android 12 e quase 9% ainda utilizam o Android 11.
Os criminosos sabem disso
Especialistas alertam que os cibercriminosos conhecem exatamente quais modelos estão vulneráveis. James Maude, da empresa BeyondTrust, alerta ao PhoneArena que falhas em sistemas antigos rapidamente se tornam ferramentas obrigatórias para agentes de ameaças.
Embora pareça estar ligado a apenas um pequeno número de ataques direcionados, essas vulnerabilidades podem rapidamente começar a ser exploradas por diversos agentes maliciosos.
O que fazer?
Se o seu aparelho parou de receber atualizações de segurança mensais ou trimestrais, o Nanobits recomenda cautela redobrada. Evite apps bancários em dispositivos sem suporte e, se possível, considere a troca do aparelho. A segurança dos seus dados pode depender desse investimento.
Tutorial: Como saber se seu Android está seguro
Não sabe se o seu aparelho está na lista de risco? O Nanobits ensina o caminho para verificar a saúde do seu sistema agora mesmo. O processo pode variar levemente a depender da marca, mas o caminho geral é o mesmo:
- Abra as Configurações do seu celular.
- Procure por Sobre o telefone ou Informações do Software.
- Localize o campo Versão do Android.
O veredito: Se estiver no Android 13 ou inferior, seu aparelho já está defasado em relação à versão atual do Google.
- Procure por Nível do patch de segurança.
O veredito: Esta data deve ser recente, no máximo dois ou três meses atrás. Se a data for, por exemplo, de 2024 ou início de 2025, seu celular não recebeu as correções para as 107 vulnerabilidades citadas acima e está exposto.
Você pode fazer uma busca por atualizações disponíveis, mas se o seu celular for muito antigo, provavelmente não chegará perto da cobertura de segurança atual. Mesmo assim, é fundamental manter o dispositivo o mais atualizado possível.
Dica do Editor: se o seu aparelho não recebe updates há mais de seis meses, evite manter aplicativos de bancos ou carteiras digitais instalados nele.
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